Introdução
À medida que orava pedindo a Deus mais um
título que viesse a edificar a vida de tantos quanto o
lêem, senti uma grande necessidade também de pedir
pelos solitários, pelas pessoas que não tem
esperança, vigor e alegria. Que o Senhor me desse um livro
para que meus queridos irmãos descobrissem o motivo pelo
qual “Ele” os colocou neste mundo. Me entusiasmei
quando Deus me mostrou todas as coisas maravilhosas que
acontecerão com vocês. “Aconteceu
comigo”!, jamais fui o mesmo quando Deus me mostrou o
propósito da vida.
Este maravilhoso estudo dará a você ânimo para
prosseguir, pois a principal fonte inspiradora foi: O Senhor Jesus
que nos deixa um recado de esperança, amor, e que você
não está sozinho, seja no deserto; trancado em seu
quarto, “Um Grito no
Silêncio” trará, à luz da
Bíblia, recomendações feitas pelo Senhor para
que você jamais desista. E assim como Calebe, receba sua
herança e tenha força para poder entrar e sair das
dificuldades com alegria, mesmo quando os outros vejam só
“problemas”.
CAPÍTULO I
No caminho de Gaza
Atos 8: 26-39
Este
capítulo e no vs 26 em diante, passo a passo tentaremos,
à luz e sabedoria das recomendações do
Espírito Santo, ajudá-lo a encontrar seu destino.
Talvez você esteja precisando de um ombro onde possa recostar
sua cabeça e, não tem ninguém que o leve e o
ensine tal caminho.
Na passagem de Atos 8:26, que é muito conhecida de
todos nós, fala de um homem; de um eunuco. Notemos que ele
caminhava por um lugar deserto e diz o texto que tinha ido a
Jerusalém adorar a Deus. “Ao caminho que desce
de Jerusalém para Gaza, que está
deserto”v26b. Muitos pregadores inclusive
grandes teólogos, discutem a respeito do batismo do eunuco,
pois lançam sempre esta questão: onde poderia haver
água no deserto? Se havia um poço ou um oásis.
Lendo claramente, o mesmo não diz que o eunuco estava no
deserto e sim que: vinha por um caminho que está deserto e
isto é bem diferente, pois Felipe não o encontrou no
deserto e sim, no caminha que está deserto, notaram a
diferença? O eunuco estava voltando de Jerusalém onde
tinha ido adorar à Deus; a pergunta é: Porque ele
voltava pelo caminho de Gaza que estava deserto? Este homem era uma
pessoa muito importante, alto oficial e tesoureiro real da rainha
etíope, Candace (o nome era “Amaniterer”, o
título de Candace era atribuído à todas as
rainhas etíopes, pois reinavam em lugar de seus esposos pois
estes tais, eram considerados santos de mais para reinar
ficando distante de seus súditos). Podia andar por onde
quisesse, era rico importante, mas fez questão de voltar
para casa por um caminho que ninguém usava à muito
tempo, tanto que o tal caminho, acabou ficando totalmente
deserto.
Gaza foi destruída pelo rei hasmoneano Alexandre
Janeu, em 93A.C
E em 57 A.C, o governador romano de nome Gabino,
criou uma outra rota dando inicio à uma nova cidade do mesmo
nome: Gaza, próximo ao mar Mediterrâneo a uns quatro
quilômetros de distância. Por esta nova rota, passavam
todos os que subiam a Jerusalém, comerciantes, viajantes de
todos os lugares e, possivelmente o eunuco. Se ele foi a
Jerusalém por um caminho onde todos usavam, cheio de
caravanas, comerciantes e viajantes de todas as nacionalidades, eu
Pergunto outra vez. “Porque então o eunuco voltou por
um caminho que à muito ninguém
usava?
CAPÍTULO II
A providência de Deus
Vs 27
Vejo na
vida deste homem a providência de Deus. O eunuco poderia
voltar na nova rota vindo de Jerusalém. Pois bem, embora
aquele homem fosse bastante conceituado, de autoridade e de total
confiança da rainha, sofreu severas
discriminações pelos judeus ao chegar ao templo para
adorara o mesmo Deus que os “judeus” adoravam.
Porque? Ai está a resposta pelo qual ele voltou por tal
caminho:
“discriminação”.
Antes de continuar, quero compartilhar com vocês o caso de
uma irmã que sofria de aids, membro de uma determinada
igreja a qual nos é desnecessário dizer a
denominação. Rica, com apartamento de frente para o
mar, muito respeitada, viúva. Chegou à esta igreja
ainda não convertida com sérios problemas emocionais,
completamente solitária carente de um abraço. Com
todo o dinheiro que tinha não conseguia afastar o fantasma
da doença que lhe acompanhava.
Pensando que, a partir do momento que entrasse naquela igreja,
fosse encontrar a resposta do que procurava para sua vida, se
converteu e passou a freqüentar os cultos com determinada
regularidade, estava próximo o dia de seu batismo quando
resolveu contar a um irmão que gostaria que Deus a curasse
de sua doença. Até àquele momento a tal
irmã ainda não havia revelado à ninguém
que estava com aids, o irmão ouviu atentamente e sem dar uma
palavra se afastou e comentou com o pastor.
A irmã depois de alguns dias começou a perceber que,
ao sentar em qualquer lugar na igreja, as pessoas se afastavam e
evitavam chegar perto, a ponto de não ter mais lugar na
frente da igreja para que ela, como era costume seu, pudesse
se acomodar e prestar culto ao Senhor. Aos poucos a irmã foi
se afastando, se afastando, afastando. Percebeu então que
estavam a abandonando, não adiantava ser importante, ter
dinheiro e posição social. Por causa de sua
mutilação ela entendeu que não podia adorar a
Deus do mesmo modo que uma pessoa normal.
O isolamento foi a solução para aquela irmã,
noites e noites lia a Bíblia e dormia com o Livro Sagrado
repousado no peito, foi abandonada e da porta da igreja não
podia passar; não era impedida verbalmente mas, a
indiferença dos irmãos falava mais alto. Qual a
solução? Gritar no silêncio. Abandonar o
templo e voltar para casa sem que ninguém pudesse explicar o
que era o batismo, o que era ser nova criatura.
Este foi o motivo que levou aquele eunuco a procurar o caminho de
Gaza que estava deserto. A discriminação o
preconceito e tantas outras coisas que nos impedem, “por
parte de alguns cristãos”, de ir ao templo e
adorar a Deus. Lembrem que o eunuco era rico auto
funcionário de um império, mas para ele era muito
mais importante servir ao reino de Deus do que ao reino
de uma rainha e foi com este intuito que o homem subiu a
Jerusalém; Jesus disse: “Mas ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens
o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais
entrar os que estão entrando, ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Pois percorreis o mar e a terra para
fazer um prosélito (novo convertido, N. Aut.); e, depois de
Ter feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que
vós. Condutores de cegos! Coais um mosquito e engolis um
camelo(...) Mt 23:13,15,24.
CAPÍTULO III
Palavra escrita E A Palavra Falada
Vs 28
Prosélito da porta, “ou seja,
novo convertido à fé judaica que só podia
adorar a Deus da porta do templo para fora; não podia
entrar”. Era assim que chamavam-no. Porque?
1º Era negro, e os etíopes descendiam da semente
de cão filho de Noé raça amaldiçoada,
pois foi deste que se originou a raça negra. 2º Era
mutilado, castrado e para os judeus estes tais eram considerados
impuros e indignos de entrar na casa do Senhor para adora-lo.
Não podiam passar da porta do templo, adorando ao Senhor do
lado de fora.
Isto deve ter decepcionado aquele homem sobremaneira, não
precisava passar por aquela humilhação, afinal tinha
posição social, dinheiro e o que era pior, amado por
aqueles que eram idolatras e que por muitas vezes zombavam do
Senhor.
Penso que o eunuco viajou pela nova
rota, indo a Jerusalém, durante todo o tempo pensando
na felicidade que seria entrar no templo como qualquer ser humano
normal, assim como nossa irmã o fez. Como ela, ele
também foi posto para fora da casa do Senhor, a única
coisa que ele queria era conhecer a Jesus, mas não houve
ninguém que o discipulasse, que o instruísse na
palavra da verdade falasse à ele de Nosso Senhor. A
irmã estava prestes a se batizar, mas quando descobriram que
tinha uma doença contagiosa, ao invés de cura-la no
nome de Jesus e mostrar o verdadeiro amor que há no nome
Dele. Com seus lábios silenciosos e com
indiferença falaram que ela era uma prosélita da
porta, ou seja, só poderia adorar à Deus longe para
não contaminar aos outros.
Ao retornar para casa o eunuco preferiu a solidão,
não queria ver e falar com ninguém, procurou
então o caminho que estava deserto, (...)
“mas as mãos do Senhor não estão
encolhidas para que não possa salvar: nem o seu ouvido,
agravado, para não poder ouvir (...) Is
59:1.
Aquela irmã também procurou se isolar indo por um
caminho deserto, mas, um dia eu estava em minha igreja, já
no final da tarde, e uma senhora vem até mim com um panfleto
para evangelização; de nossa igreja, estava chorando
muito. Ali ela me contou o seu caso e desesperada, a minutos antes
tinha saído para se matar. Comentou que ao passar me viu e o
Espírito Santo a fez entrar e se encontrar comigo.
Ocasionalmente eu estava lendo o livro do profeta Isaias cap. 53.
Ouvi atentamente e ao terminar perguntei se ela ainda via
esperança naquele coração em liberar
perdão àquelas pessoas? Isto dependeria por completo
a sua cura, então preguei o amor de Jesus por ela e que a
partir daquele momento ela não estaria mais sozinha. Bom
meus queridos orei por ela pedindo a sua cura, Jesus a curou de sua
aids, eu a batizei e fiz o seu casamento, hoje ela está com
o seu marido mora em outra cidade feliz e na presença do
Senhor. Creio que os irmãos conhecem na ponta
língua a história do eunuco, Felipe foi usado para ir
ao encontro dele, para salva-lo da doença que lhe afligia,
talvez você esteja passando pelo mesmo problema, está
gritando no silêncio. Quando as portas do templo se fecharam
para aquele homem, o coração de Deus se abriu para
ele e o conduziu à vida eterna. Muitos são os
caminhos do Senhor e os nossos destinos já estão
traçados. Aquele homem precisava de um amigo, de
alguém que o amasse como ele era. Então tomou
conhecimento do amor de Jesus, aqui se cumpre aquilo que Jesus
disse: “Aquele que vem a mim eu jamais
lançarei fora”. A Palavra que estava
escrita agora tinha sido falada e isso salvou aquele homem , salvou
aquela mulher e a curou.
Tenha esperança meu querido leitor, as pessoas podem lhe
colocar para fora da congregação do homem, mas Deus
lhe acha em qualquer lugar e se apresenta. (...)“Se
o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a
vós, me aborrecem a mim. Se vós fôsseis do
mundo , antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o
mundo vos aborrece (...).
Tudo bem! Jesus está falando
das pessoas do mundo, mas quem odiou aquela irmã foram
nossos irmãos! fomos nós! As pessoas que
discriminaram o eunuco eram considerados e chamados de
“justos”! Quantos irmãos vamos lançar no
abandono? Para Jesus não há defeito congênito,
mutilação, doença, pobre ou rico, negro ou
branco. A nação toda está gritando e
silenciosamente cada lar, cada família! A cada momento lemos
nos jornais , manchetes de crimes bárbaros, alguns causados
por nossos irmãos. E o que fazemos? Ao invés de orar
por eles interceder para que a justiça de Deus cumpra seu
dever. Ajudamos a enterrar mais e desprezamos, esquecendo que Jesus
disse “Vos julgais segundo a carne, eu a
ninguém julgo” Jo 8:15. Nosso proceder deve
ser como o de Moisés quando incansavelmente intercedia por
um povo notoriamente pervertido, murmurador, de caráter
duvidoso e de personalidade fraca: “Assim, tornou
Moisés ao Senhor e disse: Ora. Este povo pecou pecado
grande, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu
pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que
tens escrito” Ex 32:32. Conhecemos o restante do
história, embora Deus não mudasse de opinião
com relação ao castigo imposto. Mesmo assim
Moisés intercedeu por um povo pecador, deixando a
justiça divina tomar seu curso.
Façamos o mesmo! Quantos estão abandonados precisando
de amparo! Deveríamos passar algum tempo num
presídio, num hospital, pelo menos algumas horas na
madrugada acompanhando a rotina de quem está nas esquinas
sofrendo a discriminação gritando de fome chorando
por que não tem uma família, um pai ou uma mãe
para acalenta-los. Perceber aquele empresário que com todo o
dinheiro que tem não impede que seu filho saia do caminho
das drogas, que seu casamento seja uma benção, ele
também grita no silêncio por um amigo que possa
compreender a solidão de sua vida e ajuda-lo a encontrar a
verdadeira felicidade do lado de Jesus Quem fará o papel de
Felipe na vida destas pessoas?
Passei algum tempo trabalhando voluntariamente como capelão
no Hospital Evangélico no pavilhão de
cardíacos e renais. Nas visitas de costume, entrei numa das
enfermarias onde havia um homem negro sentado e parado com os olhos
fitos no ar, notei um olhar perdido no vazio e lagrimas em sua
olhos. “Posso lhe ajudar”? Perguntei. O homem olhou
para mim e percebendo quem eu era, começou a falar:
“como a vida é engraçada”! Estou jogado
neste hospital a dias e não vem ninguém da minha
família me visitar”! Amados, o pré
operatório por si é traumático, imaginem
alguém sendo deixado por familiares, por amigos! E olha que
aquele homem outrora tinha dinheiro e uma excelente
situação financeira mas, por causa da doença
havia gastado todas as economias com médicos e hospitais.
Sem contar com os advogados , pois sua esposa o tinha abandonado.
Ali eu vi claramente a importância de um abraço, de
uma palavra amiga. Aquele homem tinha sido abandonado por todos
pois, agora estava mutilado, não servia mais aos
propósitos interesseiros daqueles que bem de perto o
acompanhavam nos momentos de fartura. Deus jamais nos deixa
desamparado. Por alguns dias nos falamos e vi uma pequena melhora
na auto estima daquele homem, sinto não ter podido
acompanha-lo por mais tempo, após a cirurgia de transplante
de rins, foi transferido para outro hospital mas sabendo que Jesus
não o abandonou e que seus pecados estavam
“perdoados” no momento em que ele aceitou o Senhor como
seu salvador. (...)“ Não me trouxeste o gado
miúdo dos teus holocaustos, nem me honrastes com teus
sacrifícios; não te fiz servir com ofertas nem te
fatiguei com incenso. Não me comprastes por dinheiro e cana
aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me
enchestes, mas me destes trabalho com os teus pecados e me
cansastes com tuas maldades. Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas
transgressões por amor de mim e dos teus pecados não
me lembro”(...) Is 43: 23,2425.
Amado, não desanime! Jamais
desista. Você pode ser um destes que está com um grito
entalado na garganta e silenciosamente caminha por entre as
madrugadas da vida, tentando sobreviver nesta sociedade
discriminatória. Saiba que tem jeito, Jesus está
mandando nesta mensagem, um recado direto a seu
coração. Eu não os conheço, mas O
Senhor conhece e lhe diz: (...) “O meu mandamento
é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos
amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar
alguém a vida pelos amigos. Tenho-vos dito isso, para que em
mim tenhais paz; no mundo tereis aflição, mas tendes
bom ânimo; eu venci o mundo”(...) Jo 16:12,13 e
33.
Seja feliz, amem???
Pr. Cleber Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário