Por que Deus, aparentemente, não responde a certas orações?
Você já orou sincera e fervorosamente por alguma coisa que você nunca recebeu? Talvez você tenha orado firmemente por um filho sadio e seu bebê nasceu com defeitos sérios. Ou você orou pela vida de um ente querido, mas, de fato, essa pessoa morreu. Talvez você tenha orado pela possibilidade de um certo trabalho dar certo, e não deu, ou para que um amigo se afastasse do pecado e voltasse ao Senhor, mas o amigo recusou. Por que o Senhor não responde? Consideraremos três razões.
Porque há problemas com a oração
Deus
não responde a todas as orações. Ele não dá ouvidos às orações dos
perversos. Observe certos textos que mostram claramente Deus recusando
ouvir as orações daqueles que fazem o mal: “Então, chamarão
ao Senhor, mas não os ouvirá; antes, esconderá deles a sua face, naquele
tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras” (Miquéias 3:4). “Eis
que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem
surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades
fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o
seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:1-2). “Porque
os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão
abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que
praticam males” (1 Pedro 3:12). As Escrituras são unânimes
em ensinar que a vida desobediente de uma pessoa impedirá Deus de
responder as suas orações.
Não
é somente à pessoa perversa que Deus não ouvirá. Ele não ouve as
orações da pessoa que está espiritualmente em cima do muro: “Peça-a,
porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda
do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que
alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em
todos os seus caminhos” (Tiago 1:6-8). Uma pessoa cujo
compromisso espiritual é incerto não será ouvida. Deus também não dará
ouvidos a orações egoístas: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:3). Deus não responderá a orações que são feitas para se mostrar: “E,
quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em
pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens.
Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa” (Mateus 6:5). E o Senhor não responde a orações por perdão quando a pessoa está se recusando a perdoar um outro: “se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:15).
Quando
minhas orações não são respondidas, seria uma boa idéia eu olhar no
espelho e determinar se há algum problema comigo ou com o meu motivo ou
com aquilo pelo que estou orando. Porque é possível que o Senhor não
responde por falha minha.
Porque Deus não age conforme nosso cronograma
Algumas
vezes parece como se Deus não estivesse respondendo a nossas orações
por ele não agir tão prontamente como tínhamos esperado. Ou talvez ele
esteja agindo mas não o percebemos. Os homens ficam impacientes. Se não
vêem alguma resposta imediata, pensam que Deus está adormecido.
Habacuque, por exemplo, queixou-se a Deus porque não estava sendo
ouvido; Deus lhe disse que ele já estava fazendo alguma coisa da qual
ele nem sabia (Habacuque 1:2,5-6). O Senhor lhe disse: “Porque
a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa
para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente,
virá, não tardará” (Habacuque 2:3). Os mártires sob o
altar estavam clamando por vingança e lhes foi dito que esperassem um
pouco (Apocalipse 6:9-11). José teve de sofrer por ser raptado e vendido
e então esperar durante 13 anos de escravidão e prisão antes que Deus o
libertasse. Mas ele mais tarde viu claramente que a mão de Deus estava
em tudo o que tinha ocorrido (Gênesis 45:5-8). Abraão esperou até ter
100 anos de idade para receber o filho que o Senhor lhe havia prometido.
Jó teve que esperar durante agoniados meses de dor e sofrimento sem
saber se o Senhor o havia ouvido ou se cuidava dele. Deus não age
apressadamente; age no tempo que ele, em sua infinita sabedoria,
determina que seja o melhor. Temos que esperar pacientemente. As
palavras no final de Habacuque são um grande lema para nós: “Ainda
que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da
oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam
arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me
alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação” (Habacuque
3:17-18). Não importa o que acontece e não importa como as coisas
parecem ficar ruins, precisamos esperar no Senhor e depositar toda a
nossa esperança e confiança nele.
Porque não é a vontade de Deus
Jesus orou insistentemente no jardim para que a taça passasse dele, mas acrescentou: “contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas
22:42). Evidentemente, não era essa a vontade de Deus, porque Jesus
bebeu a taça até a última gota. Às vezes, nossa idéia do que seria o
melhor para nós difere profundamente do que o Senhor pensa que
precisamos. Paulo é uma excelente ilustração deste princípio: “E,
para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me
posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a
fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que
o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque
o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me
gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2
Coríntios 12:7-9). Ainda que Paulo rogasse três vezes que o espinho
fosse removido, o Senhor categoricamente disse que não. Uma vez que o
Senhor sabe o que é melhor, é uma bênção que ele aja de acordo com sua
vontade, e não com a nossa. Os pais, às vezes, desapontam os filhos
pequenos porque recusam fazer tudo o que eles querem. Por exemplo, eles
recusam permitir que seus filhos brinquem com fósforos ou dirijam um
carro. Algumas vezes o jovem pode sentir-se privado e magoado porque
seus pais não atendem ao seu desejo — ele até pode pensar que seus pais
não o amam — mas na verdade eles mostram muito mais amor dizendo não do
que permitindo que ele faça como lhe agrada… e ferir-se. Davi jejuou e
orou para preservar a vida de seu filho recém-nascido, mas reconheceu a
vontade do Senhor quando Deus não atendeu ao seu rogo e a criança morreu
(2 Samuel 12).
Outra
verdade importante é que Deus não violará o livre arbítrio do homem ao
atender a uma oração. Em geral, podemos ter confiança em que “se
pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se
sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de
que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1 João
5:14-15). Mas o versículo seguinte adverte-nos de que Deus dará vida em
resposta a nossas orações somente no caso do irmão que não peca para
morte (isto é, que está [disposto a] permitir que Deus o leve a
arrepender-se e receber perdão). Mas oração pelo irmão que está
determinado a permanecer em pecado e que recusa os oferecimentos de Deus
de misericórdia não será respondida.
Quando oramos e a vontade de Deus é diferente da nossa é muito difícil ajustar-nos
para aceitar a vontade do Senhor como a melhor. Moisés teve este
problema: “Também eu, nesse tempo, implorei graça ao Senhor dizendo: Ó
Senhor Deus! Passaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua
poderosa mão; porque [que] deus há, nos céus ou na terra, que possa
fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos? Rogo-te
que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra que está dalém do
Jordão, esta boa região montanhosa e o Líbano. Porém o Senhor
indignou-se muito contra mim, por vossa causa[,] e não me ouviu; antes,
me disse: Basta! Não me fales mais nisto” (Deuteronômio
3:23-26). Homens como Moisés, Davi e Paulo foram destacados servos do
Senhor. Mas nem mesmo eles queriam sempre o que coincidia com sua
vontade. Nossa perspectiva é tão limitada e nossa sabedoria tão falha!
Às vezes, precisamos dizer (com Abraão): “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gênesis
18:25). Deus fará o certo. Oramos sinceramente, mas então pedimos que a
vontade do Senhor se sobreponha à nossa própria se houver qualquer
contradição.
Conclusão
Sobre
o poder do Senhor para responder a nossa oração, seu amor por nós, e
sua vontade de agir em nosso favor não pode haver dúvida. Mas não
sabemos sempre como ele escolherá responder. Quando Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego foram ameaçados com a punição na fornalha, eles replicaram: “Responderam Sadraque,
Mesaque
e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de
te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele
nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não,
fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a
imagem de ouro que levantaste” (Daniel 3:16-18). Não sabemos sempre qual é a vontade de Deus, mas não importa a conseqüência, que possamos servi-lo fielmente.
Por Gary Fisher
Fonte: Site Amigo de Cristo
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